O seu PGRS atende ao Artigo 9 da PNRS?

Meio Ambiente

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) cita no art. 9° que, no gerenciamento dos resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

A espinha dorsal de um bom plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) prevê indicadores bem estruturados para cada um desses esforços, de modo a permitir uma série histórica que comprove a consonância da gestão com o art. 9 da PNRS, de modo sistêmico. Entretanto, é incomum encontrar essa abordagem nos PGRS, quadros de gestão, KPI’s etc. Índices de reciclagem são corriqueiros, mas insuficientes pelo entendimento da PNRS. Curiosamente, os planos são geralmente bem descritos no nível operacional (logística, recursos materiais e humanos, contingências, planos de emergência etc.), mas pouco orientados ao nível de gestão, como a seleção de indicadores globais adequados, controles, responsabilidades, tendências, riscos, oportunidades etc.

Mas, como registrar uma não geração ou redução, por exemplo? Uma substituição no processo pode deixar de gerar um resíduo perigoso, ou reduzir a geração de um rejeito banal. Em tese, esses impactos aparecem no inventário geral, mas, se um departamento investe num processo low-waste e outro investe num processo convencional, high-waste, o inventário geral não será um bom indicador. Por isso, o plano deve prever um inventário setorizado e uma matriz de responsabilidades. Outra percepção comum, mesmo em empresas com uma gestão HSE mais consolidada, é atribuir tudo o que é resíduo como “uma responsabilidade do Meio Ambiente”. O gestor de HSE deve mudar essa cultura e conceber ou revisar o PGRS – e outros documentos atinentes à sua atribuição – dentro da filosofia PDCA, buscando engajar todas as pessoas da corporação, inclusive a alta diretoria. Com esse engajamento, o peso da gestão de resíduos sai das costas do setor de Meio Ambiente e passa a se tornar um compromisso de todos, como deve ser.

Em resumo, a criação de dashboards bem estruturados para avaliar os esforços do art. 9 da PNRS e dos demais KPI’s é uma etapa importante do PGRS. Nesse sentido, os inventários devem ser setorizados, num esforço inicialmente grande, mas realmente necessário e compensador. Setores engajados com os compromissos da PNRS – e reconhecidos por tal pela gestão -, irão trabalhar ainda mais motivados e também motivarão os outros pelo exemplo. Assim, a gestão ambiental se sentirá menos sufocada e poderá focar em melhoria contínua, por exemplo, com a criação de metas de redução junto às partes interessadas. Outro dever do gestor é dar apoio à operação, que enfrenta muitas dificuldades no seu dia-a-dia. Mas esse é um assunto que merece uma abordagem mais detalhada.

Diante disso, o seu PGRS responde bem a todos os indicadores importantes? O documento está com a responsabilidade técnica em dia? Você, como gestor de HSE, sente que o seu time não anda muito sobrecarregado com os diversos requisitos, ou que não há falta de engajamento dos outros departamentos? A sua inventariação está bem setorizada? Se alguma resposta for negativa, é aconselhável a revisão do seu PGRS. Temos a experiência, competência e conhecimento na indústria e na construção civil para ajuda-lo a melhorar o gerenciamento dos rejeitos da sua empresa.