O monitoramento da qualidade dos recursos hídricos é eficiente?

Meio Ambiente, Pensalab, Química analítica, Tratamento de água, Tratamento de efluentes

Países de todo o mundo estão empenhados na monitorização online dos padrões de qualidade da água potável. Portugal aprovou, por exemplo, o Decreto-Lei 152/2017, que estabelece que, para uma efetiva monitorização, a mesma deve ser contínua. Pode-se questionar, em relação ao descarte de efluentes tratados, se o mesmo conceito não seria aplicável. Destaca-se que o monitoramento contínuo é feito com analisadores de processo, num sistema que consiste de: (a) elemento primário, ou eletrodo responsável pela detecção dos sinais eletroquímicos enviados ao transmissor; (b) cabo, elemento responsável pela transmissão dos sinais gerados pelo eletrodo; (c) transmissor, responsável pelo recebimento e processamento das informações enviadas pelo eletrodo.

Esquema de um analisador online. Fonte: .s-can.at/

No Brasil, o empreendimento deve possuir a outorga de lançamento de efluentes, documento que especifica os valores máximos permitidos (VMP) de parâmetros como vazão, DBO, pH, entre outros. As frequências de monitoramento, cuja responsabilidade é do empreendedor, são geralmente definidas pelos órgãos ambientais estaduais. Tal exigência é conhecida como Declaração de Carga Poluidora – DCP, e é um dos requisitos para os processos de renovação de licença de operação (RLO). As frequências de monitoramento ocorrem em função da carga poluidora e da vazão de lançamento, como ilustra a Figura abaixo.

DCP para o Estado do Paraná. Fonte: Instituto Água e Terra.

Em 2015, a FEAM/MG (Fundação de Meio Ambiente de Minas Gerais) realizou um estudo relevante com 48 empresas de laticínio licenciadas, com o objetivo de avaliar a conformidade dos seus efluentes tratados em relação aos respectivos VMP. O resultado pode ser visto na Figura abaixo. Por se tratar de empresas licenciadas, chama atenção a baixa conformidade, especialmente em relação aos parâmetros críticos da atividade, como DBO e sólidos suspensos. Porém, o que mais chama atenção é o baixo índice de conformidade para frequências de monitoramentos pontuais. Ou seja, se tais frequências fossem maiores, muito provavelmente os índices de conformidade seriam ainda menores. Disto, se conclui que a monitorização da qualidade das águas residuais tratadas, para ser eficaz, também deve ser contínua.

Índice de conformidade dos efluentes x VMP. Fonte: FEAM/MG.

Espera-se, portanto, que o monitoramento ambiental, especialmente o de águas superficiais destinadas ao consumo humano, bem como o de águas residuais, se torne cada vez mais exigente, ao nível da monitorização online, como já ocorre nos países desenvolvidos. Tecnologia e expertise já estão disponíveis! Uma ideia, por exemplo, é exigir monitoramento contínuo para empreendimentos “Classe F”. O emprego dos analisadores de processo também pode auxiliar na ampliação das redes de monitoramento da qualidade da água no Brasil, considerando os elevados custos logísticos de coleta, acondicionamento e transporte de amostras aos laboratórios credenciados. A Figura abaixo mostra como o país está atrasado em relação à densidade de monitoramento de seus corpos hídricos.

Densidade de monitoramento de águas superficiais no Brasil. Fonte: http://portalpnqa.ana.gov.br/.

Gestores ambientais, empresas de saneamento e agências fiscalizadoras deverão estar adaptados às mudanças da Indústria 4.0, e os investimentos em automação permitem outras vantagens, além do cumprimento da legislação, tais como: controle e melhoria de processos, redução de custos, comprometimento com a melhoria contínua da gestão e da saúde das pessoas, entre outros. Está em dúvida ou interessado(a) no assunto? Chame a ENVICON, nós iremos lhe ajudar!

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